História

A freguesia de São Vicente é sede do concelho homónimo, na Ilha da Madeira. O seu orago é, como indica o próprio nome topónimo, S. Vicente, celebrado anualmente na freguesia nos finais de Agosto.

A Mando do Infante D. Henrique, a Ilha da Madeira foi a primeira das novas terras descobertas a sofrer a experiência de povoamento e exploração, iniciado em 1425, vindo depois a desempenhar um papel fundamental nas grandes descobertas portuguesas. No entanto, a julgar pela fertilidade dos terrenos e pela facilidade de desbravamento, tudo indica que as primeiras terra a serem colonizadas e arroteadas terão sido as do Sul e posteriormente, as do Norte, como é o caso de S. Vicente.

A história local conta que no principio da colonização do que é hoje concelho de S. Vicente, quando não havia nem lei, nem ordem, os primeiros colonos construíram um pequeno povoado, que visto do mar ninguém poderia supor que ali existia gente, ficando estes a salvo das violentas incursões dos bárbaros. Segundo reza a lenda, numa noite de inverno, um galeão naufragou nos mares do norte da Ilha e, no dia seguinte, uma imagem de S. Vicente era vista a boiar e para supresa dos populares que ali se juntaram, vinha pousado em cima da imagem, um corvo, que quando a estatueta deu á costa, voou e desapareceu para nunca mais ser visto, os populares levaram a imagem para uma pequena capela que existia na aldeia, onde passaram a venerá-la, desta forma, originou-se o topónimo S. Vicente, pois naquela época, devido ao isolamento, era comum que os colonos encontrassem na fé um apoio aos duros tempos que então viviam. Ainda segundo a mesma lenda, a imagem desaparecia por várias vezes do altar, indo aparecer junto à rocha onde mais tarde foi edificada a actual capela.

A freguesia de S. Vicente, em termos geológicos, apresenta uma particularidade em relação às demais freguesias do concelho: uma intercalação calcária-marinha que só tem paralelo nas ilhas de Porto Santo e de Santa Maria. A exploração da pedreira calcária remonta a meados do século XVII, época em que Francisco Pestana, vigário de S. Vicente, adquiriu a pedreira, construindo nas suas imediações um forno, posteriormente, o vigário doou a pedreira à Confraria do Santíssimo Sacramento.

Em 1835, a grande reforma administrativa levada a cabo pelo Governo Constitucional, eleva S. Vicente a sede de concelho, e em 1867, extinto que foi o concelho de Porto